Já tivemos a oportunidade de conversar em nossos encontros (presenciais e on line) e por meio da leitura de vários textos (inclusive aqui no blog) e de diversos livros, o quanto os aromas são capazes de uma interferência prática, assertiva e muito positiva na nossa saúde. Também já é bem conhecido e inclusive comprovado por pesquisas realizadas em muitos países a forma pela qual os diferentes aromas dos óleos essenciais exercem esse efeito terapêutico sobre determinados desequilíbrios (doenças) físicos, mentais e emocionais.
A maior parte da informação a respeito do uso medicinal das plantas que compõe a nossa flora (e do mundo todo) foram coletadas ao longo de milhares de anos, estabelecendo assim uso tradicionais de chás, infusões, extratos, pomadas, bálsamos, etc. Vale destacar que, devido ao processo de destilação, os efeitos dos óleos essenciais são ligeiramente diferentes da planta (ao inteiro), embora existam propriedades similares.
Em relação ao momento que estamos vivenciando, certamente a Aromaterapia (assim como a Fitoterapia, os Florais), podem oferecer suporte para atravessarmos esse período da melhor maneira possível, principalmente se mantendo saudáveis em todos os níveis e para isso é preciso dedicar, mesmo que seja por um instante, um olhar para si (interno) e analisar: Como estou (realmente) me sentindo frente a essa questão do confinamento? Como é (ou será) essa volta gradual? Neste momento em que escrevo o texto temos cinco estados em vermelho, isto é, onde há uma alta nos números da pandemia. De que forma você recebe a notícia que talvez seja necessário instaurar o lockdown (fechamento total) novamente?
Tomar consciência que como está se sentindo “aqui e agora” é fundamental para estabelecer qual a melhor forma e qual o óleo (ou os óleos, pode ser um blend) mais indicados para promover esse suporte. Essa reflexão é muito relevante porque possibilita uma ação específica para a sua situação, o seu sentimento, a sua emoção – personalizando esse uso dos óleos essenciais. Ressalto isso porque já foi possível ler várias publicações e ver várias lives (no Instagram, YouTube e Facebook) sobre o uso dos óleos essenciais na pandemia e saliento que informações valiosas foram compartilhadas, contribuindo para que muitas pessoas pudessem lidar com as circunstâncias vivenciadas antes e agora, como por exemplo, debelar a insônia por meio do uso do óleo essencial de lavanda (Lavandula angustifólia) e de camomila romana (Chamaemelum nobilis), atender a necessidade de concentração para realizar o trabalho/estudo remoto utilizando limão (Citrus limon) e o alecrim (Rosmarinus officinalis) e até mesmo com a necessidade de manter a assepsia de um ambiente ao vaporizar/borrifar no ar um blend formado por tea tree (Melaleuca alternifólia), eucalipto (Eucalyptus globulus) e menta (Mentha piperita).
Tais indicações são efetivas, para estados gerais e situações que se apresentam com mais frequência e podemos obter um resultado ainda mais efetivo nesse nosso esforço frente a esse desafio ao associar essas indicações (e outras) ao uso de óleos essenciais cuja finalidade está relacionada exclusivamente a uma necessidade nossa, algo peculiar identificado por meio da nossa observação. Por exemplo, em casa desde o dia 17 de março (sem sair mesmo), já utilizei essas e outras formulações que foram (e continuam sendo) fundamentais para que esse período de confinamento. Eu continuo trabalhando e confesso que me sinto bem nessa situação de quarentena porque, sendo bem honesta, estou dormindo e me alimentando bem melhor (sem contar que as refeições em família acrescentam esse plus a mais a essa questão do melhor). Obviamente que há o desejo de que isso termine logo e que essa vacina possa ser encontrada e disponibilizada o mais breve possível. Creio que essa está sendo uma oportunidade para fazer justamente esse movimento – voltar-se para si, fazer uma pausa, parar e pensar, uma verdadeira chance do desenvolvimento da nossa consciência coletiva e individual. Além disso a capacidade de adaptação do ser humano é incomparável e está diretamente relacionada com o nosso mindset, a forma como pensamos, e isso também pode ser beneficiado com o uso dos óleos essenciais.
Na semana passada, depois de meses, acordei e senti uma melancolia por uns três dias seguidos e procurei compreender de onde esse sentimento estava surgindo. Na semana retrasada, a temperatura estava bem agradável, tínhamos o sol que me permitia cuidar das plantas no jardim e nos vasos, ver (além de ouvir) os pássaros, tomar café da manhã e almoçar fora (no quintal) e desfrutar daquela gostosa sensação de acolhimento que dias como esses trazem. De repente uma massa de ar polar chega aqui, derruba as temperaturas e mantém o tempo nublado e chuvoso por alguns dias… Perfeitamente de acordo com a estação: Inverno! Em uma ponderação mais demorada e com um bom chá de camomila, pude perceber que estava sentindo falta mesmo de inalar, de sentir o aroma verde que as plantas propiciam. Mesmo tendo algumas plantas em casa, não é a mesma a coisa.
Para trazer o sol novamente para dentro de casa e assim iluminar e dissipar a melancolia, coloquei bergamota (Citrus bergamia) no aromatizador e para trazer a floresta para dentro de casa, fui a procura do óleo essencial de Pinho da Sibéria ou Pinho Siberiano (Abies sibirica). Particularmente, esse óleo me remete a essa sensação de floresta, tem esse aroma verde, um aroma muito agradável. Assim como outros pinheiros e abetos da mesma família botânica, a Pinaceae, podemos identificar esse aroma da floresta, porém particularmente esse óleo essencial, também conhecido como Siberian fir, é o que considero o aroma “mais verde” de todos. Além disso, no geral, metafisicamente também é conhecido como óleo do acolhimento (muito importante para essa fase), possui consonância com o sistema respiratório e pode ser incorporado ao blend para realizar a assepsia do ambiente mencionado acima.
Em 2013 o Japão havia certificado florestas como local de tratamento e o ato de caminhar e respirar pelas florestas foi associado a medicina preventiva, com um dos focos voltados para reduzir gastos do sistema público de saúde. Segundo pesquisadores, quando estamos na floresta nossos corpos se aproximam de um estado de bem estar e isso nos deixa mais resistentes.
Quando mergulhamos em uma floresta, nosso corpo, segundo os pesquisadores, se aproxima de um estado de bem estar que nos deixa mais resistentes, melhorando a nossa imunidade, além os resultados demonstraram a diminuição de cortisol, o principal hormônio causador do estresse e da pressão arterial. O banho de floresta ou shinrin-yoku (no idioma japonês) – é uma técnica de relaxamento que contou com a iniciativa da Agência Florestal do governo japonês em 1982, com o objetivo de incentivar as pessoas a passarem mais tempo em contato com a natureza. Antes da pandemia, aos domingos, depois de passear pela feira cultural do leste europeu, costumava caminhar no parque ecológico da Vila Prudente, só para sentir aquele aroma dos eucaliptos que contorna a pista de caminhada/corrida. Se hoje não podemos ir para parques e florestas tanto quanto gostaríamos, vamos nos mobilizar e trazer essa floresta para dentro de casa!
Voltando para a questão da especificidade, gosto muito do óleo especial de Pinho da Sibéria porque também evoca boas lembranças – quando criança brincava na casa dos meus avós paternos, que era cercada por pinheiros. Semana passada usei as últimas gotas do meu frasco, mas como quem tem amigos nunca fica na mão, a Kátia R já está providenciando outro para mim! Conforto e acolhimento no confinamento.
E você, como se sente? Você já utilizou algum óleo essencial ou blend nessa pandemia? Qual? Compartilhe a sua história/opinião conosco.
Namastê!
Kátia Veloso
Educadora, Aromaterapeuta e Terapeuta Maha Lilah.
5 Comentários
Sim já usei , lavanda para acalmar, relaxar e dormir melhor.
Laranja doce para dar um ar de felicidade dentro de casa.
Alecrim para concentração.
E assim vamos utilizando os óleos a nosso favor ajudando a passar por esse período que estamos confinados e privados de tantas coisas que amamos fazer.
Olá, Rosângela!
Que ótimo que você tem a possibilidade de poder usar os óleos essenciais no seu ambiente de trabalho, protegendo esse espaço duplamente, tanto física quanto energeticamente. Isso é um privilégio! Os dias nublados fazem parte do inverno, assim cada ciclo vai seguindo o seu ritmo e nós podemos nos adaptar com o auxílio dos óleos essenciais, levando a luz e a alegria da laranja. Que delícia! Um forte abraço.
Olá, Silvia!
Adorei o seu carrossel de aromas. Certamente é um suporte bastante efetivo para auxiliar esse momento que estamos vivenciando. Inclusive a combinação de óleo essencial e também o uso do hidrolato. Excelente! Obrigada por sua participação e pelo carinho. Um grande abraço!
Texto muito bom! Os aromas também me remetem à infância, â adolescência ou a lugares e situações vividas. Uso o OE de Melaleuca no álcool 70 para potencializar sua ação antisséptica. OE de Eucalipto, Gengibre e Alecrim no trabalho borrifando no ar para limpar o ambiente de energias de conflitos, de vírus e melhorar a concentração e o bom ânimo. O de Laranja doce e menta uso em casa para dar mais alegria e pique nos dias nublados. Os de Cedro, Melaleuca e Lavanda, uso no xampú e no condicionador para fortalecer o cabelo e controlar a queda, que costuma aumentar no inverno.
Sim! Vários! Melaleuca angustifolia como minha parceira, misturada ao álcool 70% para uma ação mais acertiva contra bactérias e vírus. Lavandula angustifolia para acalmar a pele irritada pela máscara e reforçado pelo Hidrolato de Camomila. Cítricos (Limão, Bergamota, Laranja doce) para dar cor aos dias frios e Tumerosa para os momentos de aconchego. Um carossel de aromas de vida que aos poucos vamos voltar a desfrutar. Esse é a resposta para a pergunta final. =)
Excelente texto! Ao começar a ler já não tinha dúvidas quanto a ser da Professora Kátia! Parece que a escuto contar … Muito bom!