“Que haja uma luz nos lugares mais escuros, quando todas as outras luzes se apagarem.”

J.R.R Tolkien

Iniciamos o mês de fevereiro e com ele temos a oportunidade renovada para celebração da LUZ.

Seguindo a tradição Celta, no dia 02 de fevereiro celebramos o festival chamado Candlemas (também conhecido como Imbolc), que é dedicado a Brigit (ou Brígida), a deusa do fogo. Essa comemoração simboliza a busca pela Luz e a oportunidade de lidar com o nosso lado sombra, além de trazer a purificação (uma das virtudes do fogo) e a renovação para a abertura dos caminhos para o fluxo de luz e as energias positivas do ciclo que se inicia, do ano novo.

Segundo a tradição católica, esse também é o dia dedicado à Nossa Senhora da Candelária (Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora da Luz), uma das designações atribuídas à Virgem Maria. Como parte desse ritual, geralmente após a missa (em alguns lugares é antes) é feita a Benção das Velas e as pessoas saem em procissão com suas velas acesas “iluminando” o caminho por onde passam.

Literalmente essa é a oportunidade de iluminar a escuridão e simbolicamente há a alusão a nossa busca pela iluminação (a consciência), extinguindo as sombras que foram criadas e alimentadas por nós, com o potencial para gerar sofrimento.

Luz e sombra são conceitos que permeiam a dualidade e nos afasta da unicidade que perpassa o universo. A sombra geralmente é o esconderijo da dor e sua absorção pela luz está representada sob a forma de como conseguimos olhar e lidar com ela.

Algumas ações, realizadas de forma consciente ou inconsciente, “alimentam” nossa sombra, como por exemplo, não aceitar a nossa infalibilidade, o que é um esforço frívolo porque todos somos falíveis – em algum momento, em alguma situação, com alguma pessoa. O quão estamos cientes disso está relacionado diretamente com os nossos sentimentos de vergonha pelos erros cometidos ou culpa pelas consequências dessas ações – o que empodera o nosso lado sombra. Poder identificar tais sentimentos nos auxilia a lidar com eles. Algumas vezes esses sentimentos podem estar ocultos e entrar em contato com eles, trazê-los para luz para que possamos fazer as pazes com eles faz parte do nosso processo de desenvolvimento como ser humano.

Cada vez mais temos a nossa disposição o auxílio de profissionais capacitados da área médica e que podem nos ajudar e até conduzir esse processo, assim como terapias que também desempenham essa função com primazia, como a Constelação Familiar, a Terapia Floral, a Aromaterapia e outras, que podem inclusive serem combinadas entre elas para essa finalidade.

Os óleos essenciais podem fornecer suporte para iniciarmos e seguirmos em frente nesse processo de encarar nossas sombras. Algumas das nossas ações que favorecem as sombras podem ser motivadas pela sensação de que não temos escolha a não ser agir dessa forma, a sensação de não haver outra possibilidade de escolha. O óleo essencial de Neroli (Citurs aurantium var. amara – flowers) nos oferece um aroma delicadamente doce que estimula nossas escolhas de forma que haja a integração interna, possibilitando assim que a nossa força vital se renove. De forma acolhedora, Neroli nos faz lembrar que sempre há (e haverá) escolhas e que são e serão a melhor opção no momento ao serem guiadas pela confiança em nossa inteligência emocional.

Quando a sensação de vulnerabilidade se apresentar durante a ação de confrontar nossas sombras, o óleo essencial de Frankincense vem em nosso auxílio, trazendo sustentação na nossa jornada e nos faz recordar de que estamos protegidos. Seu aroma sagrado traz estabilidade e reforça a nossa opção de permanecermos conectados à luz (que também é uma escolha a ser feita).

Na Equipe do Bem Viver temos a proposta de acompanhar a passagem e evolução dos ciclos que estamos vivenciando segundo as transições que ocorrem na natureza, representadas pelas estações do ano e o ápice de cada uma delas. No dia 02 de fevereiro não será diferente. Por isso fica aqui o convite para que você participe desse momento conosco – ainda dá tempo! Venha refletir sobre quais são as ações que nutrem as sombras, o que podemos fazer para interromper esse processo e deixar que a LUZ inunda nosso ser.

Onde moro a procissão das velas também é realizada após a missa na Igreja da Nossa Senhora da Candelária, embora acredito que em função da pandemia essa ação seja revista para esse ano.

De qualquer forma, encerrando nossa reflexão da semana, é interessante observar o sentido por trás dessa ação: Não é o caminho que está iluminado para que eu ande por ele, na verdade o caminho se torna iluminado com a passagem de cada um de nós e a nossa “chama”, porque você, eu e todo(as) somos portadores da LUZ. Nós somos LUZ!

E assim como escreveu Tolkien, desejamos que a sua luz brilhe e te guie em 2021, principalmente quando for necessário atravessar os lugares mais escuros!

Namastê!

Profª. Kátia Veloso

Aromaterapeuta e Terapeuta Maha Lilah.

ZECK, R. The Blossoming Heart, Aromatherapy for healing and transformation. Australia: Aroma Tours, 2004.