“A dedicação necessita de paciência, perseverança e fé”.
Agni Yoga¹
A busca pela excelência, como a própria expressão denota, é um processo, algo que se realiza passo a passo (embora o ritmo desses passos possa ser estabelecido por cada um individualmente). Portanto a “excelência” não se trata de um destino ou um lugar aonde queremos chegar e sim uma “busca constante” do aprimoramento das nossas ações. O conceito desse movimento é nos dedicarmos a fazer aquilo que nos propusermos cada vez melhor. Como podemos fazer isso? Ao encerrarmos o dia de hoje, finalizarmos um projeto, um serviço, um atendimento, podemos desfrutar da oportunidade de analisar “o que” foi feito e o “como” foi feito para identificar as possibilidades de aperfeiçoar nossas ações e o resultado obtido. Embora essa expressão tenha sido bastante usada ultimamente, seu conceito é mais antigo do que muitos imaginam. Na Grécia antiga o filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) apresentou uma citação que representa bem essa expressão: “Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito!”
Como posso fazer hoje melhor do que ontem? Como amanhã pode ser melhor do que hoje? Essas perguntas permeiam a busca e são cruciais para nossa reflexão, no entanto também é fundamental que possamos escapar da armadilha que elas podem trazer quando nossos pensamentos forem direcionados de forma contrária ao objetivo de melhoria: o perfeccionismo exacerbado.
Desejar que a perfeição esteja presente nas nossas ações é absolutamente normal e louvável. A diferença entre a busca pela excelência e a instauração do perfeccionismo, que aliás estão em lados completamente opostos, é que o segundo tem a capacidade de obscurecer e afunilar a visão de uma tal forma que a pessoa só consegue enxergar aquilo que deu errado, o que foi imperfeito e isso a impede de enxergar todo o resto que aconteceu como planejado ou até melhor do que o que era esperado. Isso é extremamente prejudicial porque impede a pessoa de celebrar o que efetivamente funcionou e essa comemoração é parte inerente da busca pela excelência.
Para aqueles que são perfeccionistas há uma dificuldade em lidar com o erro, com o que aconteceu de forma imperfeita, com o que fugiu do que foi programado. Essa dificuldade pode assumir dimensões tão complexas a ponto de não somente privar a pessoa de se alegrar com outros resultados positivos, mas inclusive levar a outras questões que atrapalham a sua vida pessoal e profissional, como a procrastinação, o desânimo e até mesmo problemas de saúde.
Nosso desafio é usar esse desejo de que tudo seja feito da melhor maneira possível de forma benéfica, que nos ajude nessa busca e ao mesmo tempo não seja um motivo de preocupação ou gerador de adversidades. Novamente nos deparamos com a palavra-chave equilíbrio.
Segundo o dicionário², em relação a química, o sufixo “per” exprime a noção de uma proporção máxima ou elevada relativamente à quantidade normal de um elemento num composto químico (ex.: perclorato; permangânico), isto é, a quantidade de limite máximo do agrupamento de átomos em um molécula para que ela possa se estabilizar, caso contrário, ela pode entrar em colapso. É o limite! PERfeito, seguindo essa premissa, é algo que foi “feito” como seu limite máximo, com a sua doação de corpo e alma, com a sua dedicação extrema e colocando toda sua capacidade em ação. Quando fazemos o nosso melhor estamos alinhados com a perfeição e isso por si só já é motivo para festejar. Como somos seres em constante movimento, temos o desejo de aprender cada vez mais e isso colabora com o aprimoramento da nossa capacidade e também na descoberta e desenvolvimento de outras habilidades. Todo esse conhecimento soma-se ao nosso trabalho, que vai acrescentando, lapidando, refinando nossas ações, o nosso “realizar”– por isso é uma busca constante, uma evolução em progresso.
Para trilhar essa busca pela excelência, precisamos da dedicação e nas premissas da Agni Yoga, essa virtude se manifesta por meio de união de outras três. Esses pilares da dedicação que podem ser favorecidas pelo uso de óleos essenciais cujo aroma nos auxilia tanto no seu desenvolvimento quanto na sua manutenção, como por exemplo:
– Paciência e a ciência da paz e o óleo essencial de Lavanda (Lavandula angustifólia) aquece o coração e estabiliza as nossas emoções, uma ação que é fundamental para atuar com outro efeito desse óleo – trazer para consciência a real importância de nos nutrirmos para podermos nutrir os outros. A paz precisa estar em mim para que eu possa oferecer para o outro ou para lidar com as circunstâncias da vida. Nutrido de paz, posso ofertar e usar a paciência sempre que necessário.
– Perseverança é a qualidade de quem não desiste frente as adversidades e para isso é preciso força de vontade para continuar, para seguir em frente. O óleo essencial de Tomilho (Thymus vulgaris ct. limalol), com o seu aroma forte e um pouco adocicado, estimula uma energia força vital que impulsiona nossa força de vontade de forma positiva e que fortalece a nossa intenção de continuar.
– Fé é a convicção intensa, persistente e indubitável em algo abstrato e que, para a pessoa que acredita, se torna verdade. Segundo o escritor Leon Tostói, é a força que mantém o ser-humano vivo e ativo. Há vários óleos essenciais considerados espirituais por promoverem esse contato com o aspecto divino que habita em nós. Alguns já foram mencionados em textos anteriores aqui no blog (com essa finalidade) e outros foram estudados no curso dos Óleos Essenciais das Escrituras Sagradas. Além desses, a sugestão de hoje é o uso do óleo essencial de Jasmim (Jasminum officinale). Seu aroma floral, exótico e delicado tem a capacidade de transpassar as camadas mais profundas da alma e enquanto realiza esse movimento, serena e tranquiliza os medos, permitindo que a inspiração divina fortaleça nossa fé. Segundo Robbi Zeck³, o acolhimento do aroma do Jasmim é como se imaginar envolvido por um cobertor bem macio de veludo feito com fios perfumados de fé profunda e duradoura.
Com toda essa ajuda a nossa disposição, a pergunta que encerra nossa reflexão é: Onde está a minha dedicação? Meu esforços e recursos estão sendo alocados em quais ações? Tão importante quanto analisarmos o que pode ser feito para nos manter dedicados é pensarmos sobre o direcionamento que essa dedicação segue e o quão ela está alinhada com o real desejo do nosso coração.
Namastê!
Profª. Kátia Veloso
Aromaterapeuta e Terapeuta Maha Lilah.
¹AGNI YOG 1929. Agni Yoga Society, Inc. 4th Edition, 1954.
²disponível em: https://dicionario.priberam.org/per (Último acesso 07/04/21).
³ZECK, R. The Blossoming Heart – aromatherapy for healing and transformation. Aroma Tours, East Ivanhoe, 2004.
1 Comentário
Ótima reflexão, muito interessante o uso do per ….. perfeito….
Paciência, perseverança e fé….. Ótima combinação para prosperar em equilíbrio.
Um abraço e bons fluidos.