A responsabilidade social e a preservação ambiental significa um compromisso com a vida.

João Bosco da Silva

Conforme comentado no texto da primeira semana de março sobre o óleo do Bom Samaritano, continuaremos com a reflexão proposta sobre esse tema no texto a seguir.

Há mais de dez anos atrás fui participar de um evento nos Estados Unidos, na cidade do Texas, motivada por uma amiga que também era apaixonada por aromaterapia (aliás, nos conhecemos em um curso de aromaterapia). Ela viajava muito para o exterior a trabalho e aproveitava essa oportunidade para pesquisar e conhecer as outras marcas de óleos essenciais!

Ela trazia com frequência os óleos essenciais e os produtos de uma marca que não era conhecida no Brasil, a Young Living (hoje essa empresa já tem representantes no nosso país).

Fomos participar do treinamento (promovido por essa empresa) para aprender a usar a técnica de massagem conhecida com Raindrop Technique. Fiquei impressionadíssima com a organização de todo evento e a estrutura montada para atender mais de mil e quinhentas pessoas. Nos momentos do intervalo não havia aglomerações para o lanche ou para visita dos estandes e era muito fácil e prático se aproximar dos espaços onde os produtos estavam sendo expostos. Logo me chamou a atenção o fato de que muitas pessoas compravam diversos produtos, mas um era comum e todos pediam por ele, um blend feito com cinco óleos essenciais chamado Thieves. Inicialmente fiquei intrigada – porque alguém colocaria o nome de “ladrões” em um produto feito com óleo essencial (achei estranho o nome e não conseguir estabelecer uma relação), sendo que os outros produtos se chamavam Peace & Calming (paz e calma), Joy (alegria).  Quando perguntei a atendente sobre o nome, ela me pediu para aguardar, chamou um rapaz que foi buscar uma outra pessoa que indagou qual era a minha dúvida e assim que fiz a pergunta, ela me explicou.

Segundo essa pessoa, no período da Idade Média, quando a peste negra (bubônica) assolava a Europa e causava a morte de milhões de pessoas, havia a crença de que a doença era fatal e estava além da possibilidade de cura. Quando as pessoas se contaminavam, e muitas vezes isso ocorria com uma família inteira, as casas eram abandonadas – ou porque todos haviam morrido ou até mesmo fugido (quando possível). Inclusive, devido à falta de local para enterrarem os corpos, muitos permaneciam dentro das casas. Mesmo correndo o risco da contaminação, essas casas começaram a ser saqueadas e isso chamou a atenção das autoridades da época. Como era possível que pessoas entrassem nas casas sem ter o medo de contrair essa doença letal? Depois de investigarem, dizem que quatro homens foram presos e foi oferecido a absolvição a eles em troca de contarem como eles conseguiam entrar nas casas e saírem de lá sem se contaminar. Segundo eles, o conhecimento que possuíam, por serem comerciantes de especiarias, os ajudou a inventar uma mistura que além de protegê-los contra os germes e bactérias dispersos no ambiente também permitia que tocassem nos corpos em decomposição sem se contaminarem. A “receita” dos “ladrões” era composta por 5 óleos essenciais: cravo, limão, canela, alecrim e eucalipto. A empresa havia criado um produto com esses mesmos óleos e em homenagem a essa história, deu o nome de “Thieves”. Achei a história interessante, agradeci a pessoa e depois, pesquisando, encontrei várias versões desses “ladrões”, onde a receita é chamada de bálsamo dos ladrões, vinagres dos ladrões, porém os ingredientes permaneciam os mesmos.

Interessante observar dois aspectos:

– Essa é a mesma receita da elaboração do Óleo do Bom Samaritano que foi encaminhada por Nossa Senhora para nos auxiliar nesse momento de pandemia. (portanto podemos encontrar essa formulação pronta em várias marcas, já diluída no padrão de segurança, o que contribui muito para evitar qualquer tipo de sensibilização ou dano à pele).

– Essa mistura de óleos essenciais possui propriedades antibacterianas, antivirais, antissépticas e antifúngicas, o que de fato contribui para a proteção (inclusive dos quatro ladrões) e por isso fazia tanto sucesso entre os participantes do treinamento que fomos participar.

Já de volta ao Brasil, depois de um tempo, outras marcas começaram a lançar o mesmo produto, um blend com os óleos essenciais originais dos “quatro ladrões” e alguns optaram por manter a quantidade e alterar um ou outro óleo, trocando o limão, por exemplo, por outro óleo cítrico também.

Portanto, é notória (devido a inúmeras pesquisas já realizadas) que os óleos essenciais possuem propriedades antivirais. O dr. Jean-Pierre Willem, no seu livro Óleos Essenciais Antivirais (publicado pela Editora Laszlo), no capítulo 4, fornece uma formulação feita com 5 óleos essenciais (dois tipos de eucalipto, louro, pinheiro silvestre e orégano) para combater o coronavírus e afirma: “Os coronavírus formam uma família com grande número de vírus que podem provocar as mais variadas doenças nos seres humanos, indo desde o resfriado comum à síndrome respiratória aguda severa, passando pelas infecções do trato respiratório ou do sistema digestivo”. De fato, temos observado que pessoas contraem o vírus e os sintomas apresentados são os mais variados, sendo que umas ficam de quarentena em casa, outras são internadas e outras vão para a UTI e eventualmente chegam a óbito.

Por isso reforço o que foi apresentado no texto anterior, o SARS-CoV-2 é um vírus recente que já apresenta variações (a OMS já o chamou de “o novo Corona vírus”) e em função disso não é possível afirmar ainda qual é o melhor óleo essencial ou qual seria o melhor blend para combatê-lo – é necessário que mais pesquisas comparativas e realizadas com seres humanos sejam desenvolvidas. Podemos fazer uso de óleos essenciais que auxiliem no controle dos sintomas e fortaleçam o sistema imunológico. Nesse caso, óleos essenciais cuja ação antiviral já foi testada e comprovada são boas opções.

Importante: o uso dos óleos essenciais não substitui as demais intervenções e principalmente as orientações médicas ou a vacina. É fundamental o uso de máscaras, álcool gel e evitar todo e qualquer tipo de aglomeração.

Estamos na pior fase da pandemia até o presente momento e os óleos essenciais podem nos ajudar a enfrentar esse período. Por exemplo, por meio do difusor de ambiente, podemos utilizar óleos essenciais antivirais (tomilho, bergamota, tea tree) ou fazer uma massagem com tomilho, lavanda, bergamota para auxiliar na redução da ansiedade ocasionada pela quarentena. Há muitas opções e para conhecê-las e fazer uso de forma efetiva, consulte um terapeuta ou um profissional qualificado.

Tem um ditado popular que diz que muito ajuda quem não atrapalha. Precisamos nos valer de toda a ajuda que dispomos com o intuito de nos mantermos saudáveis nesse período, respeitando o distanciamento social e utilizando os recursos disponíveis para esse enfrentamento – isso é um ato de responsabilidade social (como menciona a citação acima) e de respeito para com você, o ambiente onda está inserido e todos os demais a sua volta, inclusive os profissionais da área da saúde.

Vamos assumir esse compromisso com a vida! Mesmo de forma silenciosa, tenha certeza de que esse ato de amor irá reverberar e a esperança é que ele se torne maior e mais forte. Seguimos em frente!

Namastê!

Profª. Kátia Veloso

Aromaterapeuta e Terapeuta Maha Lilah.