Um navio está seguro no porto, mas não é para isso que os navios foram feitos
William Shed
Segundo o dicionário, temos como significado de Finalidade¹: Objetivo ou propósito que se tem a intenção de alcançar; intuito ou tenção de desenvolver alguma coisa.
Sendo um objetivo, a finalidade nos permite estabelecer onde queremos chegar e para onde devemos direcionar os nossos esforços. Para tudo existe um fim, há um direcionamento, um destino a ser cumprido.
Quando criança, me lembro de ter algumas roupas consideradas especiais e por isso mesmo só deveriam ser usadas em ocasiões especiais – o problema era a divergência do conceito de ocasião especial entre minha mãe e eu! Um vestido especial de Natal, um sapato especial para festas e assim por diante. Eu me lembro de um dia ter escolhido um vestido azul com flores roxas que eu gostava muito e que fazia parte desse grupo dos especiais para ir visitar minha avó, que morava no bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo. Minha avó sempre foi uma pessoa muito queria e amada, mas ir até a casa dela não era considerado uma ocasião tão especial assim que merecesse o uso desse vestido, afinal essa ação de ir visitá-la era realizada praticamente todo final de semana. Se a intenção dessa visita fosse para a celebração de alguma data especial, como a Páscoa, por exemplo, tudo bem usar o tal vestido, mas não era o caso. A visita era mesmo algo mais relacionada com o senso comum, para saber se está tudo bem. Criança tem essa habilidade de testar a paciência dos pais só para ter certeza, de forma bem clara, qual é o limite. Mesmo sabendo de tudo o que comentei aqui, eu peguei o vestido especial na mão, fui até a minha mãe e fiz a famigerada pergunta:
– Posso ir com esse vestido?
Minha expectativa era ouvir “não”, seguido do discurso de que essa era uma roupa para a ocasião especial e por aí vai. Para minha surpresa e espanto, ela disse “sim”. De fato, o choque foi tanto que atribuo a isso o fato de ter essa lembrança até hoje. Não satisfeita com a resposta, perguntei se ela tinha certeza, se tinha visto o vestido que estava na minha mão e então veio o fechamento com chave de ouro: ela me disse que havia visto sim, que o vestido era mesmo muito bonito e que vestidos foram feitos para serem usados, portanto eu deveria usar. Foi uma alegria só. Fomos para minha avó e eu me sentia muito especial, usando um vestido especial, indo visitar uma pessoa especial em um dia muito especial.
Hoje compreendo que alguma coisa que não sei exatamente o quê (algo que foi visto ou ouvido, sentido, pensado), virou uma chave no padrão de pensamento da minha mãe e além do vestido, outras coisas especiais (xícaras, talheres, toalhas) passaram a fazer com que a rotina da casa se tornasse especial. Que libertador foi esse movimento e como isso trouxe muita alegria.
Depois disso, percebi que isso era um padrão de família. Tenho uma tia também muito querida que faleceu repentinamente no ano passado e deixou um baú com toalhas de mesa e roupas de cama lindíssimas, mas que nunca foram usadas porque estavam destinadas a um momento especial.
Quando é o momento especial para se fazer alguma coisa, usar algo, dizer o que sente? Só há um momento verdadeiramente especial que é justamente aqui e agora! Aqui e agora! Esse momento é certo, isto é, temos certeza de que agora estamos aqui, mas o que vai acontecer depois… não sabemos! Obviamente existem datas especiais a serem celebradas, mas esses momentos podem ser considerados os especialíssimos de uma vida repleta de momentos especiais. Nos desconectamos desse estado de graça que a percepção do quanto as coisas podem ser especiais nos proporciona. Na verdade, o “especial” está dentro de nós e quando entramos em contato com essa essência, esse “especial” se esparrama e inunda tudo e todos que estão ao nosso redor.
Além disso, tudo o que existe, só existe porque foi feito para uma determinada finalidade: roupas foram feitas para serem vestidas, xícaras e talheres foram feitos para serem usados, toalhas foram feitas para serem colocadas na mesa, barcos foram feitos para navegarem em alto mar, brinquedos foram feitos para serem “brincados”.
E como é fácil subverter essa finalidade. Recentemente li uma reportagem de um brinquedo (um boneco soldado original da série GI Joe) fabricado na década de 60, que nunca havia sido usado e que foi vendido por $200.000,00 dólares. É considerado um artigo de colecionador. Absolutamente nada contra os colecionadores, mas confesso que senti uma tristeza pelo boneco. Se você conhece a história do Soldadinho de Chumbo, escrita por Hans Christian Andersen ou já assistiu ao filme animado Toy Story da Pixar, provavelmente você entende o que eu senti.
As coisas foram feitas para serem usadas e as pessoas foram feitas para serem amadas – inverter essa ordem é a certeza de confusão, frustração e até mesmo sofrimento.
Para nos ajudar a trabalhar em nós essa premissa e até mesmo ir além, afinal de contas nós existimos e se existo, também há uma finalidade, um propósito para isso – podemos contar com a sagrada ajuda do óleo essencial de Frankincense (Boswellia Carterii), também conhecido como Olíbano. Como seres humanos cuja existência se manifesta atualmente neste plano, temos um missão em comum – empregar nossos dons, talentos, habilidades a nosso serviço, a serviço do outro, a serviço da comunidade. Nossa finalidade é servir por meio daquilo que cada um faz de melhor, que o torna único e especial. Especial todos os dias!
Isto é “o que” devemos fazer, já está definido! Nossa busca e aventura é descobrir “o como”. Para que o nosso servir seja autêntico e verdadeiro, é preciso entrar em contato com aquilo que de melhor temos a oferecer, que pode ser absolutamente tudo o que se pode imaginar: cantar, dançar, desenhar, cozinhar, fazer geleias, ouvir, abraçar, pintar, organizar, limpar a casa, cuidar do outro, ensinar, consertar as coisas, criar, recriar, bordar, brincar etc.
O aroma fragrante e pungente do Frankincense nos auxilia na aventura dessa descoberta de como podemos servir porque, além de promover proteção, nos conecta com a nossa essência verdadeira, nos leva ao nosso âmago, de forma segura e tranquila. Essa conexão também nos harmoniza com os padrões vibratórios do nosso Eu superior, que pode nos orientar e auxiliar a compreender o que é que fazemos e que traz alegria e satisfação para o nosso coração e para os demais a nossa volta. Quando encontramos esse ponto, cada vez que praticamos ou desenvolvemos essa ação, esse momento se torna especial. Se isso estiver relacionado com o seu dia a dia, então fica fácil entender por que todos os dias são especiais!
Que o seu dia hoje possa ser especial!
Até a próxima!
Namastê!
Kátia Veloso
Educadora, Aromaterapeuta e Terapeuta Maha Lilah.
PS.: Você também já guardou ou guarda algo para um momento especial? O que seria? Conta aqui nos comentários para nós.
¹ https://www.lexico.pt/finalidade/
1 Comentário
Hola!!!!
Sim…kkkk já guardei e muito.
Tinha essa “mania” enraizada que eu trouxe de família de guardar a melhor roupa, o melhor sapato, o melhor perfume , para quando for sair .
Hoje, NAO mais , já né liberei.
Não guardo mais nada, porque o melhor momento e agora.
Ainda mais nesta pandemia, onde fomos privados de tudo.
Se me dá vontade , levanto e me arrumo , coloco a melhor roupa, o perfume mais gostoso, faço até uma maquiagem…kkkkk
Precisamos viver o momento.
Viva a vida agora. 😘😊