Em um primeiro momento a expressão “feminino adoecido” pode trazer a impressão de algo que não está bem e que é estritamente relacionado com mulheres. Porém, ao nos referirmos a questão da energia, o feminino está sim, relacionado e muito bem representado nas mulheres, mas também se encontra nos homens e no ambiente que nos rodeia. Esse conceito se expande para muito além das questões de gênero, abraçando um campo enorme e que está diretamente conectado com a expressão da FORÇA feminina, que está presente tanto em mulheres quanto nos homens e principalmente na natureza…uma força ancestral!
Nas mulheres podemos identificar esse processo em vários níveis, sendo que o efeito de adoecer pode se revelar no sentido literal, isto é, se manifestar no físico, como por exemplo, os problemas relacionados com o sistema reprodutor. Há também a possibilidade de expansão, apresentando sintomas tanto no nível emocional quanto mental (todos estão interligados), como por exemplo, baixa autoestima, pensamentos recorrentes, ressentimentos, etc. Podemos contar com o suporte dos óleos essenciais para situações como essas, cujas propriedades terapêuticas podem aliviar e até mesmo promover o processo de cura dessas questões. Na minha trajetória aromática eu tive a grata satisfação de orientar o trabalho final de pesquisa da naturopata Bruna Viegas Luz sobre esse tema: Aromaterapia e o Tratamento da Dismenorreia Primária, que está sendo compilado para um e-book intitulado: Aromaterapia e as Dores do Ciclo Menstrual. Assim que o e-book for lançado, vocês que nos acompanham aqui na Equipe do Bem Viver serão notificados. Aproveite e ao final da leitura deixe o seu nome aqui no campo destinado aos comentários: “Eu quero um exemplar”!
Em 2015 houve outro fato interessante e voltado para esse tema também: estava ministrando a aula do curso de formação em aromaterapia sobre o sistema reprodutor feminino e ao estudarmos o perfil do óleo essencial de rosa (Rosa damascena), espontaneamente uma aluna comentou em voz alta “Ah, já entendi!”. Todos pararam (inclusive eu) e olhamos para ela. A aluna ficou enrubescida e pediu desculpas, dizendo que havia “pensado alto” e verbalizado sem ter a intenção. Ela foi informada que as desculpas eram desnecessárias, mas que todos ficaram curiosos (inclusive eu) para entender o que ela havia entendido. Ela ficou emocionada e acabou comentando que sem saber nada sobre as ações terapêuticas do óleo de rosa, ela inalou esse óleo (presente de uma amiga) e passou muito mal, sentiu tontura, náusea e ficou confusa porque ela ouvia as pessoas dizerem que esse óleo era maravilhoso e não foi isso que aconteceu. Expectativas frustradas! Ela havia entendido o motivo durante a aula, depois de 3 anos, pois naquela época, refletindo agora, ela havia concluído que o seu papel enquanto mulher e a sua feminilidade estavam totalmente renegados a um plano bem inferior, em função da postura que ela adotou devido a um novo cargo assumido no trabalho e de outras atividades que estava desenvolvendo no momento. Sua reflexão foi acolhida e trouxe a oportunidade para um debate bem significativo. A questão não era física (inicialmente), mas foi possível identificar o feminino adoecido nos níveis emocional e mental. O óleo essencial, com sua vibração sutil, tem essa capacidade de nos questionar, às vezes de formas igualmente sutis, outras vezes de forma tão pungente quando o seu aroma. Que alegria (e alívio) poder compreender o que acontece conosco – mesmo que essa resposta venha fora do período que gostaríamos que ela aparecesse.
Segundo Jefferies¹, o óleo essencial de rosa renova a sensação de bem-estar em todas as áreas de nossa vida, trazendo conforto e calor para as pessoas que se tornaram emocionalmente frias. O aroma penetrante desse óleo pode derrubar as maiores barreiras que são eventualmente construídas pelas pessoas como um mecanismo de enfrentamento para se sentirem protegidas. Uma vez derrubada essas paredes, a rosa, com a generosidade dos seus benefícios emocionais e sensuais, auxilia o resgate da paixão e do fascínio de viver.
A questão dessa energia feminina perpassa pelo poder fantástico da criação. Por muito tempo acreditou-se que esse poder estava única e exclusivamente relacionado com a capacidade de garantir a perpetuação da espécie, minimizando assim toda a sua potencialidade. Atualmente já é possível nos deparamos com ampliação desse conceito, onde além de gerar e criar filhos(as), também podem ser inclusos a geração e criação de ações que envolvam a criatividade (criar a atividade) e o bem estar de um número cada vez maior de pessoas. Ações, projetos e atitudes ganharam a sua merecida relevância, evidenciando que essa força de parir (nascer), nutrir, crescer, apreciar e renascer é tão poderosa que permeia a nossa vida de forma integral, muitas vezes mais completa do que imaginamos!
Associada ao ato de nutrir, de forma amorosa, temos as ações de dar e receber afeto, carinho e amor. Se o feminino adoece, homens e mulheres podem ter dificuldades para expressar seus sentimentos e demonstrar esse carinho para os seus amigos e familiares. Em épocas de pandemia e isolamento social, a ternura inerente dessas ações se faz ainda mais necessária, principalmente nos lugares onde a intolerância e a incapacidade de se voltar para o outro com a amorosidade, sendo esse outro todos os seres vivos (sem exceção alguma), se torna cada vez mais distante e recorrente.
Da próxima vez que tiver a oportunidade de abraçar alguém, aproveite esse momento, demore-se um pouco mais nessa energia nutridora do corpo e do espírito e imagine uma linda rosa brotando desse abraço e envolvendo o coração e o peito de vocês, em uma vibração tão afável e tão acolhedora que ao encerrar o abraço essa energia possa transbordar naturalmente do seu coração e ganhar a forma de se expressar por meio das suas palavras, com um agradecimento sincero por esse momento: “Obrigada”!
Que cada vez mais as atitudes “rosa” como essa estejam presentes no seu dia a dia e que o óleo essencial de rosa te acompanhe nessa empreitada.
O mês de outubro também é rosa! Aproveite e cuide-se! Rosa-se!
Namastê!
Profª. Kátia Veloso
Aromaterapeuta e Terapeuta Maha Lilah.
³JEFFERIES, Jennifer. Aromatherapy Insight Cards: For Intuitive Aromatherapy. Living Energy Natural Therapies, Australia, 2000.
4 Comentários
Eu que agradeço Kátia, estou aprendendo muito com suas aulas. Mesmo quem não seguir a carreira de terapeuta terá feito um curso para a vida, basta refletir sobre cada conteúdo, aplicar a si mesmo e seguir em frente com vontade de saber mais. Aprender para crescer e florescer! 😉
Olá, Rosângela!
Que delícia ser o seu comentário!
De fato, todos nós temos algo para ser curado, estando consciente disso ou não e que bom que nós temos suporte para poder realizar esse processo de autocura de forma assertiva e definitiva, para que não sejamos surpreendidos no futuro.
Que essa coragem esteja presente conosco (o Tomilho pode dar uma mãozinha nesse quesito).
Aproveito para agradecer por sua participação na aula! Foi um momento tão inspirador que mesmo depois de ter sido encerrada, continuou em mim e resultou no texto da semana.]
Um grande abraço!
Texto maravilhoso! Me incentivou a usar o óleo essencial de rosas. Todos nós temos algo a curar dentro de nós, quer saibamos disso ou não. Se queremos crescer como seres humanos, há que se perder o medo de descobrir essas feridas emocionais, para poder curá-las e fechá-las definitivamente. Aquilo que fica mal curado (mal resolvido) volta de tempos em tempos em nossa vida, mais forte e nos momentos mais inconvenientes. Que tenhamos a coragem para fazer essa auto-descoberta, resolvermos o que for preciso, nos libertarmos de vez e sermos felizes!
Eu quero um