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Aromaterapia e a verdadeira alquimia – Parte I

Você é um alquimista; faça ouro disso”.

William Shakespeare

Segundo o dicionário, alquimia é a denominação dada para a química da Idade Média que procurava descobrir a pedra filosofal, que transformaria metais comuns em ouro, e a panaceia universal, remédio que curaria todos os males físicos e morais. Para que isso pudesse acontecer, muitos experimentos foram realizados e para alguns essa busca ainda continua. Para compor todas essas tentativas era necessário utilizar os elementos que estavam a disposição e combiná-los de tal forma que, levando em consideração as medidas precisas em relação a quantidade de cada um e a proporção representada em relação ao todo, o tempo para que a transformação ocorresse e a qualidade desses materiais, fosse possível obter o resultado desejado – o ouro ou o elixir da vida eterna.

Na natureza, esse processo pode ser observado e inclusive estudado e é graças a ele que efetivamente é possível obter a cura de males “físicos e morais”, sendo um elixir que de fato prolonga a vida por meio da promoção da saúde. Não é exatamente a tal fórmula da vida eterna e juventude constante (no âmbito físico), porque afinal, tais preceitos também são contrários as próprias leis da natureza as quais estamos todos sujeitos, mas é um elixir muito eficaz que, a sua maneira, promovem consciência espiritual e vitalidade.

As plantas, em sua infinita sabedoria, realizam essa alquimia todos os dias! Elas possuem a incrível capacidade de unir os elementos que estão a sua disposição: o fogo (calor do sol), a água (proveniente da chuva ou da rega), o ar (oxigênio, gás carbônico) e terra (os nutrientes do solo extraídos pela raiz) em uma interação tão profunda e extraordinária que só poderia resultar em algo igualmente sui generis e único – os óleos essenciais.

Os óleos essenciais (como o próprio nome preconiza – é essencial para sua sobrevivência) representam a força vital da planta e após realizar essa alquimia com todos os elementos, temos a oportunidade de obtê-los para o nosso uso, completando esse processo e continuando a realizar essa alquimia a partir do momento que os componentes químicos dos óleos essenciais são associados com a química do nosso corpo. Essa simbiose é a real oportunidade para que a “cura” seja obtida, finalizando um ciclo que começou com a semente sendo germinada e termina conosco, iniciando um novo ciclo a partir do momento que começamos a cultivar as sementes novamente.

As plantas começam e realizam a alquimia em si e é quando damos sequência a esse procedimento, por meio da utilização dos óleos essenciais, que a verdadeira mágica acontece – é possível fazer com que o “chumbo” da nossa natureza humana, como indivíduos, seja aprimorado e assim transformado em “ouro”. Para que o sucesso desse procedimento seja alcançado, essa transformação deve perpassar por todos os níveis do nosso ser e atingir a integridade, a totalidade de quem realmente somos – tanto no pessoal como no coletivo (um é o reflexo do outro).

Para completar todo esse processo, além dos quatro elementos, há ainda mais um, o quinto que é tão importante quanto os outros – o éter. Por isso mesmo é fundamental que seja incorporado ao processo, uma vez que é a união dos cinco a responsável pela vida em nosso planeta e pela energia que permeia todos dos seres viventes que habitam nele. Para algumas culturas, o éter é associado ao “prana”, uma energia vital muito sutil e ao mesmo tempo extremamente potente, pois é o elemento que nos conecta com o aspecto Divino de toda existência e nos lembra que somos seres espirituais tendo a oportunidade de viver uma experiência terrena.

Interessante observar que, em alemão, os óleos essenciais são chamados de ätherische Öle, que significa “óleo etéreo”. Esse quinto elemento está presente nos óleos essenciais – tanto na sua estrutura química (por exemplo: os éteres fenólicos do óleo essencial de Salsa – Petroselinum crispum – respondem pela sua capacidade de ser emenagogo – provocar ou favorecer a menstruação), quanto na sua forma sutil, pois há óleos essenciais que incutem em nós uma profunda harmonização por meio da paz e tranquilidade de espírito, como a Mirra (Commiphora myrrha), o Sândalo (Santalum álbum) ou o Cedro (Cedrus Atlântica). Essa energia sutil da planta está diretamente associada com o ambiente climático em que ela se desenvolveu e a estrutura molecular do óleo essencial. Essa informação está registrada na sua qualidade energética e encontra sua ressonância no sistema límbico do nosso cérebro, a região carinhosamente chamada de “a caixa de Pandora”, uma vez que é lá que estão armazenadas nossas memórias, nossas emoções, nossos sentimentos; atuando no âmago (coração e alma) do nosso ser.

Por isso, quase quatrocentos anos depois (a publicação da citação acima na peça Timon de Atenas foi em 1623¹), resgato a frase escrita por Shakespeare para fazer um convite muito especial a todos vocês que de alguma forma são encantados pela Aromaterapia: se você já fez e faz uso dos óleos essenciais, lembre-se: VOCÊ É UM ALQUIMISTA; FAÇA OURO DISSO! Honre esse conhecimento que chegou até você e principalmente a oportunidade de ser UM dos elos da verdadeira magia que ocorre por meio da alquimia realizada na natureza – todos os dias. Para isso, utilize os óleos essenciais com responsabilidade e respeito. Tenha reverência pela substância que irá interagir em você, com você, por você e por todo o processo pelo qual a matéria aromática desse óleo foi submetida para que você pudesse desfrutar de saúde e bem-estar. Somos parte de um todo maior, de um processo além de nós e poder compreender isso promove uma inesgotável fonte de gratidão.

Fico muito feliz em encontrar e saber que há muitos alquimistas espalhados pelo mundo comprometidos com a sua prática aromática. Enquanto eles estiverem por aí, a verdadeira magia continuará a ser realizada, protegida e venerada.

E você, também é um(a) alquimista dos aromas?

Namastê!

Profª. Kátia Veloso

Aromaterapeuta e Terapeuta Maha Lilah.

 

¹SHAKESPEARE W. Timon of Athens (date uncertain, published 1623), Act V, scene 1, line 117.

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5 Comentários

  • Kátia Veloso

    Olá, Rosário!
    Agradecemos o seu feedback e ficamos feliz que tenha gostado e participado desse reflexão conosco!
    Um grande abraço.

  • Rosário Campanela

    Excelente e edificante leitura com resenha histórica que nos transporta no tempo. Gratidão!

  • Kátia Verginia Cantão Veloso

    Olá, Berenice!
    Que bom poder contar contigo como uma das alquimistas dos aromas!
    Gratidão por fazer parte dessa jornada aromática!
    Bjs.

  • Berenice

    Os Óleos essenciais são Jóias raras da natureza. Magnífico texto! Namastê

  • Berenice

    São joias que se transformam em ouro e saúde para nosso corpo. Magnífico texto!

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