“A felicidade é alcançada quando a pessoa está pronta para ser o que ela é.”

Erasmo de Rotterdam

A felicidade é um tema que desperta muito interesse nas pessoas e por isso mesmo se torna recorrente tanto nas artes, sendo inspiração para músicas, poesias, esculturas, livros, filmes e outras manifestações artísticas, quanto nas ciências, sendo alvo de pesquisas e análises com o intuito de poder contribuir para que as pessoas possam se sentir cada vez mais felizes.

Em 2013 a Organização das Nações Unidas estabeleceu a data do dia 20 março para celebrar o Dia Internacional da Felicidade, com o objetivo de trazer a atenção para a importância desse estado de consciência na vida das pessoas e inclusive a sua relevância como objetivo de políticas públicas. Essa lição foi inspirada no Butão, um país que está entre a China e a Índia, localizado nos Himalaias, no “teto” do mundo. Por determinação do monarca regente em 1972, foi estabelecido o FIB (Felicidade Interna Bruta), um índice que se assemelha ao PIB, mas que leva em consideração a importância da felicidade para o desenvolvimento econômico e social da região e selou o compromisso desse jovem rei, ainda adolescente, de construir uma economia que respeitasse e estivesse adaptada as tradições culturais do país, a preservação do meio-ambiente e tendo por base os valores espirituais difundidos pela religião predominante desse reino, o budismo.

Outra peculiaridade interessante do Butão é que o país conta com o Ministério da Felicidade, encarregado de planejar o bem-estar de todos.  As pessoas que trabalham nesse mistério são denominadas “agentes da felicidade” e pelo visto estão fazendo o seu trabalho com primazia, pois o país sempre figura entre as 10 nações mais felizes do mundo, com baixíssimos índices de violência, onde não há indigentes e a fome é zero. Em 2020, o Butão foi considerado o país mais feliz do mundo¹!

Essa denominação foi algo que chamou a minha atenção desde o início e confesso que achei incrível imaginar que alguém pudesse perguntar qual é a sua profissão e uma pessoa responder:

– “Eu sou um agente da felicidade!”

Tal pensamento me levou a uma reflexão que me deixou muito feliz porque foi possível concluir que eu (assim como qualquer pessoa e isso inclui você), pode ser um agente da felicidade. Isso mesmo! Não, eu não fui contratada pelo Ministério do Butão (ainda não), mas já faz alguns anos que o estudo voltado para as questões da felicidade, prosperidade, bem-estar (mental e emocional) faz parte da minha rotina. Uma coisa é certa, quando nos empenhamos em sermos felizes, quando direcionamos o nosso comportamento e nossas ações em busca de atingirmos um padrão de consciência que nos proporcione uma vida feliz, esse benefício é tão positivo, generoso e contagiante que acaba influenciando as pessoas ao nosso redor e o ambiente onde estamos inseridos. Isso nos ajuda a disseminar a felicidade e, portanto, nos torna agentes da felicidade. Nossas ações são direcionadas para essa finalidade – ser feliz.

Talvez você se pergunte, o que ou como seria esse comprometimento com a felicidade e para analisarmos essa questão, podemos refletir sobre 3 aspectos:

– A diferença entre felicidade e alegria. Com base no Maha Lilah², o jogo do autoconhecimento, a alegria é um atributo do 2º chakra e sua manifestação influencia a nossa capacidade criativa. É uma emoção cuja característica, assim como toda emoção, é ser sentida, elaborada e liberada. A alegria não é um estado permanente, mas sua vibração elevada nos ajuda alcançar novas possibilidades. A felicidade está conectada ao 7º chakra e é um estado permanente que pode ser conquistado à medida que a pessoa mantém o seu equilíbrio, a atenção, a tranquilidade e a mente estável. Isso é possível quando compreendemos que aquilo que nos acontece e o que a vida nos traz é impermanente e estão no nosso exterior. O estado da felicidade reside no nosso interior e ao invés de permitir que o que está fora influencie o que está dentro, devemos procurar justamente o contrário, o que está dentro é que nos permite lidar com o que acontece no exterior, sempre da melhor maneira possível.

– Felicidade como um atributo do chakra da coroa. Por isso, sua fonte é a verdade. Uma não existe sem a outra, felicidade e verdade andam de mãos juntas. Vibrar no padrão da verdade é ser o que se é. Isso exige que sejamos capazes de reconhecer e aceitarmos o que realmente somos. Dessa forma estamos plenos e adentramos o fluxo natural de energia, o que nos permite alcançar a harmonia que nos conduz a felicidade. Não há resistência ou julgamentos em relação à vida.

– Felicidade é movimento. Uma das maiores ameaças a felicidade é a acomodação (além da negatividade e do egocentrismo). A acomodação, inatividade, ausência nos afasta da nossa meta e faz com que o propósito da alma fique perdido. Tem-se a ilusão de que não tomando uma posição e acomodando-se perante a situação, seremos afastados dos desafios, mas é justamente ao contrário. Não é ignorando ou se omitindo em relação ao que a vida nos apresenta que escaparemos dos problemas, mas sim aprendendo a lidar com as situações de forma que passem por nós, deixem seu aprendizado e sejam liberadas, como em um fluxo contínuo.

Portanto, comprometer-se com a própria felicidade é estar em movimento em todos os níveis, isto é, exercitando o corpo, estando aberto para novos aprendizados, expressando as emoções de forma saudável, mantendo uma prática que faça a sua conexão com o Divino e, como disse o filósofo Rotterdam, estar alinhado com a sua verdade para que você possa ser o que de fato você é, em sua integridade, especificidade e legitimidade.

No texto anterior aqui do blog, Aromaterapia e o Senso de Finalidade, comentamos sobre o uso do óleo essencial de Frankincense (Boswellia carterii) que nos auxilia nessa conexão para compreendermos a finalidade do nosso servir nessa existência. (Acesso: http://equipedobemviver.com.br/aromaterapia-e-o-senso-de-finalidade/). Nessa jornada, além desse precioso e sagrado óleo, podemos contar também com o óleo essencial de Elemi (Canarium Luzonicum). Seu aroma balsâmico e suave nos leva, com muita tranquilidade, para dentro de nós mesmos e nos auxilia a olharmos profundamente ao nosso redor para que possamos efetivamente enxergar a natureza daquilo que nos cerca. Este óleo essencial é indicado quando a pessoa, em função das atividades do dia a dia, passa a viver uma vida atribulada, o que faz com que sua mente fique agitada, o seu espírito inquieto e o seu coração apreensivo. Esse estado pode promover um vazio interno e inclusive levar a uma vida que se torne desprovida do seu verdadeiro significado. Elemi nos ajuda a entrar em sintonia novamente com a melodia do nosso coração e os ditames da nossa alma.

Com o suporte aromático desses óleos, o que acha de se tornar (se já não é) um agente da felicidade?

Até a próxima!

Namastê!

Kátia Veloso

Educadora, Aromaterapeuta, Terapeuta Maha Lilah e Agente da Felicidade

¹ CAETANO, Rodrigo. Governo é responsável pela felicidade, diz ex-primeiro-ministro do Butão. Revista Exame. Disponível em: https://exame.com/esg/governo-e-responsavel-pela-felicidade-diz-ex-primeiro-ministro-do-butao/ Acesso em: 12/05/2021

²MASCARENHAS, Denise. Desvendando o Maha Lilah. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2018.