A questão da ingestão de óleos essenciais é um ponto de discussão que sempre está em voga quando o assunto é aromaterapia e frequentemente acaba sendo abordado em um curso, um grupo de aficionados pelo tema ou em postagens feitas nas redes sociais, dividindo opiniões e suscitando discussões interessantes.
Há várias formas de utilização dos óleos essenciais e a ingestão é uma entre essas opções. Sabemos também que essa modalidade de uso é amplamente difundida em alguns países, sendo seu representante mais proeminente a França.
Geralmente a pergunta mais comum com a qual me deparo é se pode ou não ser feita a ingestão de óleos essenciais e a resposta é bem simples – sim! Não só pode ser feita como de fato assim é em muitos lugares. Em 2006 tive a oportunidade de participar de um retiro na região da Provença sobre Aromaterapia Clínica Avançada promovido pela aromaterapeuta e escritora Robbi Zeck e nas aulas do Dr. Penoel (médico francês), nós fizemos a ingestão de óleos essenciais com a supervisão direta dele.
Entretanto, a questão primordial dessa discussão não deveria ser se pode (ou não) ingerir óleos essenciais e sim “como” isso pode ser feito. Estamos sendo bombardeados por uma série de vídeos, posts e mensagens que, mesmo que não seja essa a proposta, acabam banalizando essa forma de uso e os próprios óleos essenciais.
Pensar no “como” para essa questão da ingestão envolve uma série de fatores que fazem com que essa resposta seja muito mais complexa do que a anterior, tais como:
– Qual a intencionalidade desse uso?
– Essa é mesmo a via mais adequada e recomendada para o tratamento em questão?
– A qualidade do óleo essencial é comprovada e confiável para essa ação?
– Qual a forma correta de realizar esse procedimento?
– Existe uma gama enorme de óleos essenciais. Qualquer um pode ser ingerido?
– Qual a dose apropriada, para que traga o resultado desejado ao invés de causar problemas inesperados?
– Qual a duração adequada do tratamento feito com essa modalidade?
Além de uma das questões fundamentais e que muitas vezes é a mais negligenciada:
– Como aromaterapeuta, posso indicar a ingestão de óleos essenciais?
Esclareço que como consumidora a minha postura pode ser ampla e é conduzida pelas minhas crenças e preceitos, porém como aromaterapeuta há uma regulamentação que deve ser obedecida e a qual certamente sigo.
Retomando a resposta da primeira pergunta, o fato de “poder” ingerir o óleo essencial não significa que “deve” ser e além de todo esse questionamento acima, há outros aspectos que também precisam ser levados em consideração e que normalmente é feito na recomendação de qualquer outra forma de uso dos óleos essenciais, como por exemplo: a idade da pessoa, se ela apresenta algum problema crônico de saúde, se tem algum tipo de alergia, se faz uso de algum medicamento, se esse uso é contínuo ou não, etc.
Esse cuidado se faz mais do que necessário para que a ação terapêutica dos óleos essenciais possa ser obtida conforme o esperado.
Contribuindo com essa discussão, na última sexta-feira, dia 03 de junho, a ABRAROMA divulgou em seu site e no grupo de filiados um documento sobre ingestão de óleos essenciais, que pode ser acessado por meio do link:
O objetivo, segundo a presidente da ABRAROMA, Mayra Corrêa e Castro, é que com esse documento a Associação possa esclarecer as dúvidas mais comuns e trazer racionalidade e responsabilidade ao debate.
O documento recebeu o endosso, por meio da subscrição de oito representantes das marcas de óleos essenciais de destaque no cenário brasileiro: Aromalife, By Samia, Laszlo, Osahdi, Quinarí, Terra Flor, Tisserand e Vida Bothânica.
Gostaríamos de convidá-lo(a) para fazer a leitura desse documento e para participar desse debate, ressaltando que toda opinião e comentário são sempre muito bem-vindos, desde que manifestada com o devido respeito, cordialidade e seriedade que a questão exige. Qual a sua opinião sobre esse documento? Manifestem-se!
Abraços aromáticos!
Namastê.
Kátia Veloso
Educadora, Aromaterapeuta e Terapeuta Maha Lilah.