“No início, as pessoas usavam a luz do dia ou a escuridão da noite para planejar suas vidas. Mais tarde, surgiram os relógios grandes nas igrejas e, no século 18, foi inventado o relógio de bolso. Hoje em dia, o tempo controla todas as nossas vidas e quase ninguém pode viver sem ele”.

Sebastian Jungwirt

A expressão Me Time é traduzida como Tempo para Mim. É usada para designar o tempo empregado em ações voltadas para própria pessoa (sozinha) em vez de trabalhar ou fazer algo para os outros. Por esse prisma, o Me Time é visto como uma oportunidade para reduzir estresse ou restaurar a nossa energia, proporcionando inclusive revigoramento.

Como a expressão preconiza, tempo é o recurso fundamental para aplicação dessa ação. Aliás, o fator tempo sempre intrigou a humanidade e até hoje continua sendo um aspecto que influencia diretamente a qualidade do estilo de vida das pessoas.

A questão de mensurar o tempo surgiu de uma necessidade de traçar uma medida que nos ajudasse a organizar e até mesmo estruturar a nossa vida, a nossa rotina e a distribuição das ações inseridas no dia a dia.

Tempo passou a ser tão importante que o antigo ditado “tempo é dinheiro” já ficou antigo mesmo porque já está claro que tempo é mais valioso do que dinheiro. O dinheiro perdido pode ser recuperado, o tempo não.

De acordo com Jungwirth, as pessoas não vivem sem o relógio porque temos essa necessidade de controlar o tempo – como se fosse possível, não é mesmo? O controle é apenas uma impressão, mas temos sim a capacidade de aproveitar o tempo (assim como podemos aproveitar todo e qualquer recurso) da melhor maneira possível. Da igreja os relógios foram para dentro das nossas casas, para o nosso pulso, no celular e hoje estão por toda parte.

Para usufruir ao máximo do tempo que nos é disponível são necessárias duas ações relevantes:

– Ter a consciência da importância desse recurso. Com essa premissa em mente, temos que aprender a priorizar o que realmente é importante.

– Planejar o seu uso. A habilidade de desenvolver uma bom planejamento é uma das mais desejadas para o profissional do século XXI e certamente pode trazer muitos benefícios quando aplicada no âmbito pessoal.

As duas ações também se aplicam para o “Me Time”. É preciso ter a consciência de que esse momento é totalmente voltado para mim (me), para fazer algo que eu gosto e não confundir isso com o self-care, com o autocuidado. O autocuidado pode ser um “Me Time”, desde que você esteja totalmente presente nesse momento e a ação seja desenvolvida com esse foco, isto é, tenha essa finalidade, ser o “seu tempo”. Por isso que nem sempre o “Me Time” é um autocuidado, porque se você, por exemplo, tomar um banho pensando no trabalho ou em outras questões, você está realizando a ação no automático. Porém, se a mesma ação for feita com essa intenção, isto é, ter um tempo único e exclusivo para você (com um aroma/sabonete especial, uma música que você gosta etc.), então este é um momento “Me Time”.

Compartilho com vocês a minha experiência, inclusive incluindo o uso da aromaterapia no processo. Ao acordar, após a higiene pessoal (lavar o rosto, escovar os dentes), tenho 10 minutos focados no meu “Me Time”. Eu faço três inspirações profundas, inalando um óleo essencial, geralmente o óleo essencial de Lavanda (Lavandula angustifólia ou Lavandula officinalis). Depois seguro uma caneca branca com água na altura do chakra cardíaco, mentalizo as batidas do coração energizando a água com muito amor, faço uma oração, tomo a água, faço um asana simples (uma postura de Yoga) e encerro com um agradecimento.

A escolha da Lavanda tem um motivo bem específico. Certamente esse é o óleo essencial mais conhecido e utilizado na Aromaterapia e possui uma versatilidade incrível. O óleo essencial de Lavanda é muito procurado principalmente por conta de sua delicadeza, suas propriedades calmantes e relaxantes e por não ser irritante para a pele.

Sua atuação no sistema nervoso pode promover tanto uma ação estimulante quanto sedativa, dependendo da necessidade. O aroma terá ação sedativa se a pessoa estiver em um quadro de agitação mental e o aroma irá acalmar a mente e proporcionar um relaxamento, aliviando as tensões e inclusive confortando os sentimentos.

Por outro lado, se a pessoa estiver se sentindo emocionalmente esgotada, exaurida e até mesmo depressiva, o aroma acolhedor da Lavanda terá uma ação estimulante, revivendo o espírito e promovendo o equilíbrio. Aliás, esse é o motivo específico pelo qual escolhi esse óleo para o meu “Me Time”: o efeito calmante e relaxante da lavanda nos ajuda a atingir estados mais profundos de meditação e o seu efeito estimulante atua na integração da espiritualidade com a nossa vida quotidiana.

Por ser um momento prazeroso, você pode escolher um óleo essencial que tenha o seu aroma preferido! Poderia ser um aroma floral como rosa, gerânio e jasmim, um aroma cítrico, para complementar a alegria desse momento ou um aroma doce e acolhedor como o óleo essencial de Benjoim. Marguerite Maury, britânica de origem austríaca e renomada pioneira da aromaterapia, por exemplo, iniciava o seu dia inalando o óleo essencial de Rosas.

Não importa se o seu “Me Time” será de 1, 5 ou 10 minutos, meia hora, uma manhã/tarde/noite inteira ou um dia todo. Mais importante do que a quantidade é a qualidade do tempo que será dedicado a você.

Depois dessa nossa reflexão, que tal escrever aqui nos comentários se você já conhecia essa expressão e qual óleo essencial você usaria para o seu “Me Time”?

Será que ler os textos do nosso blog poderia ser um “Me Time” para você?

Até a próxima!

Namastê!

Kátia Veloso

Educadora, Aromaterapeuta, Terapeuta Maha Lilah