“Expresse gratidão com palavras e atitudes. Sua vida mudará muito, de modo positivo.”
Masaharu Taniguch
Vamos em frente com a proposta dos textos do blog para este mês de junho sobre o tema gratidão. Especialmente no texto desta semana vamos refletir sobre as diferentes formas de expressar nossa gratidão e qual delas é a mais habitual quando voltamos o nosso olhar para nós mesmos.
O ato de agradecer é uma das atitudes mais antigas da sociedade, sendo praticado há muitos anos e registrado de diversas formas, desde as expressões artísticas e a literatura até as escrituras sagradas.
A prática de expressar a gratidão figura em muitas tradições e rituais religiosos, por exemplo: a Torá, livro sagrado do Judaísmo, menciona as bençãos que são recitadas em momentos específicos, como antes e depois das refeições. Aos domingos, quando o sacerdote anuncia a Eucaristia na missa, seguindo os preceitos do Cristianismo, ele está relembrando o momento de “ação de graças”, uma ação voltada para o agradecimento, quando Jesus, o Cristo repartiu o pão e compartilhou o vinho com os seus discípulos.
Atualmente, Canadá e Estados Unidos dedicam um momento de pausa por meio do feriado denominado Thanksgiving (Dar Graças) para celebrar, com a família e amigos próximos, a conquista sobre as adversidades da vida e tudo o que de bom ela oferece. Em sua essência, este feriado, que é o mais importante do calendário americano, é consagrado por um profundo sentimento de gratidão e pela partilha desse sentimento com as pessoas mais importantes do seu núcleo. Sua origem é comumente citada em 1621, na região onde hoje é conhecida com a cidade de Plymouth, Massachusetts.
O Alcorão também enfatiza a importância de ser grato(a) a Deus por todas as coisas que nos foram concedidas para a satisfação da vida: ser saudável, nossos sentidos, a colheita, a água para beber, o dia e a noite etc.
O psicólogo Robert Emmons¹, considerado especialista mundial em gratidão e autor do livro Agradeça e seja feliz, define a gratidão como o reconhecimento da bondade em nossas vidas (que podemos tomar como certa), frequentemente devido a ações de outra pessoa. Quando nos sentimos gratos temos a oportunidade de identificar e apreciar a intenção e o esforço envolvidos nas ações empregadas por outra pessoa com a finalidade de gerar benefícios e bem-estar na nossa vida.
Esse sentimento nos impulsiona no sentido de querermos retribuir esses benefícios e bem-estar, levando-nos a atitudes que possam expressar o quanto reconhecemos a benesse recebida, ou seja, a expressar a nossa gratidão. Isso pode ocorrer no exato momento em que essa ação generosa e gentil é feita ou em um momento futuro, considerado mais oportuno, pois algumas ações podem precisar até mesmo de um planejamento.
“Ser grato” e “dizer obrigado(a)” são situações diferentes porque a segunda está relacionada às normas de convivência que são estabelecidas para que possamos viver todos juntos em sociedade. A palavra “obrigado(a)” pode ser dita para expressar educação e não necessariamente gratidão. Uma criança pode ser educada para usar as “palavras mágicas”, como “obrigado(a) e por favor, tanto pelos seus pais quanto pela escola. No entanto, não podemos educar uma criança para “sentir gratidão”, mas podemos criar situações e estimular essa sensação por meio de ações voltadas para essa finalidade.
Em 2018, o professor Jonathan Tudge² da Universidade da Carolina do Norte e os seus colegas publicaram uma série de estudos examinando como a gratidão se desenvolve em crianças em sete países culturalmente diferentes: Estados Unidos, Brasil, Guatemala, Turquia, Rússia, China e Coréia do Sul. Foram encontradas semelhanças e diferenças entre as culturas, o que trouxe indícios sobre como o desenvolvimento da gratidão pode ser moldado por aspectos sociais maiores.
Os estudos foram realizados com crianças da faixa etária de sete a quatorze anos. Primeiro eles tiveram que responder qual era o seu maior desejo e depois o que eles fariam pela pessoa que lhe concedesse esse desejo. De acordo com as respostas obtidas, foram criadas três categorias:
– A gratidão verbal. O sentimento é expresso por meio da ação de dizer o seu agradecimento de alguma forma.
– A gratidão concreta. Ocorre quando a retribuição é feita com algo que tem valor para quem está agradecendo. No caso da pesquisa, as crianças ofereciam doces ou um brinquedo.
– A gratidão conectiva. Esta é a retribuição com algo que a pessoa (para quem o agradecimento está sendo destinado) gostaria de receber. Pode ser, por exemplo, a amizade ou uma ajuda.
De acordo com esses estudos, as crianças nos Estados Unidos expressam níveis mais altos de gratidão concreta (retribuindo com algo que tem valor para elas), enquanto nas culturas asiáticas, assim como nos países do Leste Europeu, as crianças são mais propensas a expressar gratidão conectiva (algo que a pessoa aprecie). Os autores também descobriram que a gratidão verbal é a forma predominante pela qual as crianças da Guatemala expressam a sua gratidão. E à medida que as crianças cresciam, elas expressavam mais gratidão conectiva nos Estados Unidos, China e Brasil.
Geralmente praticamos a três e a escolha depende da circunstâncias, mas uma pode prevalecer mais que as outras. Em relação as suas atitudes, qual dessas três formas é comumente praticada por você para expressar a sua gratidão? Aliás, que tal reservar uns minutinhos do seu dia e responder as duas perguntas que foram feitas na pesquisa? Vale destacar que independente de qual seja a forma de agradecer, é importante lembrar que aquele que agradece é o primeiro a ser beneficiado pela oportunidade de poder praticar essa virtude.
Seguindo o trabalho desenvolvido Candice Covington³, aromaterapeuta e massagista americana, podemos incorporar o óleo essencial de Frankincense (Boswelia Carteri) no nosso kit aromático da gratidão, pois uma das vibrações-chaves do seu aroma e da sua energia metafísica é a expressão.
Este óleo essencial sagrado abre a nossa capacidade de ler energia dos ambientes para nos ajudar a entender qual é a melhor forma de reagir no momento, partindo de um ponto evoluído. Ele também traz os dons de refinamento na fala, nos auxiliando a encontrar as palavras certas para nós mesmos e a usar as palavras de forma a afetar positivamente o ambiente. Seu aroma promove uma autoexpressão autêntica e conexão. Uma inspiração para aprimorar nossa forma de expressar gratidão.
Faça essa experiência e observe: da próxima vez que for agradecer, inale o óleo de Frankincense, escolha a forma que mais lhe agrada e permita-se expressar esse sentimento em toda sua plenitude.
Agradecemos mais uma vez a sua companhia nessa reflexão! Fica aqui o convite para que possamos continuar essa caminhada aromática de agradecimento na próxima semana. Até lá!
Namastê!
Kátia Veloso
Educadora, Aromaterapeuta, Terapeuta Maha Lilah
¹ Emmons, Robert A. Agradeça e seja feliz!: como a ciência da gratidão pode mudar a sua vida para melhor. Rio de Janeiro: Best Seller, 2009.
² Tudge JRH, Mendonça SE, Merçon-Vargas EA, Payir A. The Development of Gratitude in Seven Societies: Cross-Cultural Highlights. Cross-Cultural Research. 2018;52(1):135-150. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1069397117737245?journalCode=ccrc Último acesso em 28 de maio de 2021.
³ Covington, Candice. Essential oils in Spiritual Practice: working with the chakras, divine archetypes, and the five great elements. Rochester, Vermont: Healing Art Press, 2017.
3 Comentários
Que texto lindo e super informativo! Vou experimentar inalar o OE de Frankincense na próxima vez que for agradecer a alguém. Melhor, vou inalar agora e agradecer a Deus por estar aqui com minhas faculdades em perfeito estado para poder ler e apreciar esse texto. 😉
Olá, Berenice!
Que bom que gostou do texto! Ficamos felizes com a sua apreciação. Seguimos em frente, agradecendo e aprendendo. Um forte abraço.
Lindo esse texto! E esse óleo sagrado é perfeito mesmo para a gratidão! A gratidão pela vida e por existir nos traz a decisão de continuar agradecendo sempre! Namastê!